A autora critica os livros de autoajuda, especialmente aqueles voltados para a educação e o comportamento das crianças, que muitas vezes são escritos por autores da classe média alta. Ela questiona a eficácia dessas obras, sugerindo que a ênfase em técnicas de parentalidade suaves pode ser prejudicial ao desenvolvimento das crianças, ao promover uma abordagem excessivamente amigável e permissiva. A autora menciona o desconforto de muitos pais diante de pais que adotam uma postura excessivamente tranquila, como a de sugerir que crianças resolvam conflitos de maneira mais pacífica, sem entender o contexto real da situação.
Além disso, a crítica se estende ao conceito mais amplo de uma literatura considerada excessivamente “da classe média”, abordando ideias que, segundo a autora, podem ser consideradas tóxicas. A autora sugere que essas obras propagam uma visão distorcida da realidade, que nem sempre reflete as dificuldades e os desafios enfrentados por muitas famílias e indivíduos. Em seu argumento, ela defende uma mudança na maneira de lidar com as leituras e, mais especificamente, com os ideais que elas transmitem, questionando sua relevância em tempos atuais.
A autora, em sua reflexão, sugere uma reforma radical no modo como lidamos com a literatura de autoajuda e outros livros considerados simplistas ou alienados. Ela sugere um retorno a uma leitura mais verdadeira e autêntica, que aborde as realidades e dificuldades da vida de maneira mais pragmática e menos idealizada. A discussão se amplia para uma crítica à forma como certos valores são propagados e como isso afeta as gerações atuais.