Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um aumento alarmante nos afastamentos de trabalho por questões de saúde mental, como ansiedade e depressão. Em 2024, mais de 472 mil licenças médicas foram concedidas, representando um crescimento significativo de 68% em relação ao ano anterior. Esse cenário tem gerado impactos diretos na produtividade, no bem-estar dos trabalhadores e na sustentabilidade das empresas, o que reforça a necessidade de mudanças nas políticas corporativas. Como resposta, a atualização da Norma Regulamentadora nº1 (NR-1), que entra em vigor em maio de 2025, exige que as empresas adotem medidas para identificar e gerenciar riscos psicossociais, como estresse, assédio moral e sobrecarga de trabalho.
A nova regulamentação obriga as empresas a mapear esses riscos e implementar medidas preventivas, sob pena de penalidades. Entre as ações recomendadas estão a criação de ambientes mais equilibrados, a promoção de uma cultura organizacional saudável e a disponibilização de suporte psicológico. A NR-1 também reforça a responsabilidade das lideranças no cuidado com a saúde mental, demandando treinamento específico para gestores, que devem ser capacitados para identificar sinais de esgotamento e atuar preventivamente. Além disso, a fiscalização será mais rigorosa, com auditores exigindo comprovações de ações corretivas e preventivas.
A crise de saúde mental nas empresas não só prejudica a produtividade, mas também compromete a retenção de talentos e a imagem corporativa. Com o aumento de afastamentos por transtornos psicológicos, as empresas que não adotarem práticas de cuidado adequadas poderão enfrentar prejuízos financeiros, danos reputacionais e dificuldades em atrair novos colaboradores. A saúde mental dos trabalhadores, portanto, deixa de ser um tema secundário para se tornar uma estratégia essencial para garantir um ambiente de trabalho sustentável e produtivo, beneficiando tanto as empresas quanto os colaboradores.