Gerson Neto, especialista em planejamento urbano e ambiental, alerta para os impactos das mudanças climáticas nas cidades, com um foco particular em Goiânia e outras áreas do estado de Goiás. Segundo ele, as alterações climáticas são uma ameaça urgente, e não apenas para o longo prazo. O ambientalista enfatiza que os efeitos, como calor extremo, chuvas torrenciais e secas prolongadas, já estão sendo sentidos e exigem uma resposta rápida. A gestão ambiental na cidade, exemplificada pela Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), é vista como insuficiente, com falhas na implementação de políticas mais eficazes para mitigar os impactos ambientais.
Gerson Neto também critica projetos urbanos e a expansão desordenada de Goiânia, como o Plano Diretor e o Centraliza, que, em sua visão, estão sendo distorcidos por interesses econômicos em detrimento do bem-estar ambiental e social. O crescimento descontrolado da cidade e a falta de planejamento adequado resultam em problemas como o aumento do trânsito e o desgaste do meio ambiente. Ele alerta que a ocupação de áreas de preservação, como rios e nascentes, contribui para catástrofes ambientais, como alagamentos e enxurradas, e que a falta de respeito a esses espaços naturais pode agravar ainda mais a crise.
No campo da sustentabilidade, o ambientalista destaca que os chamados “condomínios verdes” e projetos de reflorestamento não são soluções adequadas, pois promovem a privatização do espaço urbano e rural, prejudicando o equilíbrio ambiental. Ele defende que a resposta à crise climática exige ações mais rápidas, como o reflorestamento das nascentes e a adaptação das cidades para lidar com o aquecimento global. Para Gerson Neto, as mudanças climáticas não são uma questão futura, mas algo que já está acontecendo e que precisa ser abordado de maneira urgente pela sociedade e pelos governantes.
