O lançamento do DeepSeek R1, o modelo de IA mais avançado da China até hoje, em janeiro, marca um ponto crítico na competição global por poder tecnológico. Segundo alertas de líderes políticos, essa evolução não diz respeito apenas à competitividade econômica, mas coloca em risco a estabilidade geopolítica global. A IA, ao contrário da tecnologia nuclear, tem um potencial de aplicação muito mais abrangente, desde a medicina até a defesa, e pode até mesmo acelerar o avanço de pesquisas em IA. O primeiro país a conquistar a inteligência artificial superinteligente, muito mais avançada que a humana, pode alterar radicalmente a dinâmica de segurança nacional.
A ameaça que uma nação com IA superinteligente representa é comparável à do poder nuclear durante a Guerra Fria, quando a Doutrina de Destruição Mútua Assegurada (MAD) foi estabelecida como uma forma de dissuasão. Hoje, um cenário semelhante pode surgir, mas no lugar de armas nucleares, a ameaça seria a sabotagem de projetos de IA adversários. Caso um país, como a China, avance para uma IA altamente inteligente, os EUA poderiam considerar ataques cibernéticos como uma resposta, o que geraria uma escalada de tensões, com cada nação buscando evitar uma supremacia tecnológica unilateral.
A solução proposta para essa nova realidade geopolítica é o conceito de “Desfuncionamento Assurado Mútuo de IA” (MAIM, na sigla em inglês), um tipo de dissuasão que visa impedir que países busquem dominar a IA em detrimento dos outros. Para tanto, os EUA devem fortalecer suas capacidades de ciberataques e monitorar rigorosamente os projetos de IA de seus rivais. Além disso, a estratégia deve incluir um controle mais rigoroso da exportação de chips de IA e a busca por maior autossuficiência na produção desses chips, especialmente devido à dependência dos EUA de Taiwan. A combinação de MAIM, políticas de não proliferação e investimentos em infraestrutura tecnológica pode ajudar os EUA a manter uma vantagem competitiva enquanto lida com os desafios emergentes da IA superinteligente.