O texto reflete sobre a experiência de ser muçulmano na Índia, onde o simples fato de ser identificado como tal pode resultar em discriminação e violência. A autora descreve como palavras e até mesmo o consumo de carne bovina, em um país majoritariamente hindu, carregam um peso simbólico e perigoso. Ela compartilha como aprendeu a evitar certas palavras, como “beef”, e a adotar um comportamento de auto-censura em espaços públicos para proteger sua segurança e evitar perseguições. A presença constante de uma ameaça implícita a torna consciente da necessidade de ocultar sua identidade muçulmana para se proteger.
Ao narrar um incidente vivido durante os distúrbios de Delhi em 2020, a autora enfatiza como a mudança de nome se tornou uma estratégia de sobrevivência. Os muçulmanos, temendo represálias, adotam pseudônimos ou alteram seus nomes em aplicativos e interações cotidianas para evitar discriminação. A autora reflete sobre a crescente pressão para que os muçulmanos se escondam ou neguem sua identidade religiosa, algo que foi intensificado pela política do governo atual, que promove um discurso de exclusão. Mudanças de nome e aparência se tornaram comuns, mas não garantem segurança, pois a identificação como muçulmano continua sendo um risco real.
O texto também aborda a situação das comunidades muçulmanas em relação ao controle de propriedades religiosas e a repressão de movimentos que lutam pelos direitos dos muçulmanos. A autora destaca a difícil realidade de quem tenta se encaixar, adotando uma postura submissa e evitando conflitos, mas conclui com uma reflexão sobre como a auto-censura e o medo internalizado têm sido um dos maiores impactos dessa realidade. A autora conclui que, apesar de tentar se “desaparecer” para evitar represálias, a verdadeira luta está em não se esconder e em afirmar sua identidade com dignidade.