O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou que negociaria pessoalmente com o líder russo, Vladimir Putin, para buscar o fim da guerra na Ucrânia, desde que a União Europeia e os Estados Unidos estivessem presentes no processo de paz. Zelensky reconheceu a dificuldade do encontro, afirmando que Putin é seu inimigo, mas também considerando que esse tipo de diálogo direto pode ser a única forma de resolver o conflito e evitar mais perdas de vidas. Em entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, ele enfatizou que a reunião seria composta por quatro participantes e que, apesar da hostilidade, a paz seria sua principal prioridade.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu à proposta de Zelensky, afirmando que ainda era cedo para discutir um acordo de paz envolvendo a UE e os EUA. Peskov também questionou a legitimidade do governo ucraniano, dado que Zelensky se mantém no cargo além do seu mandato original, o que foi rebatido pelo presidente da Ucrânia. Zelensky argumentou que o contexto de guerra impossibilita a realização de eleições regulares, destacando os desafios legais e humanos envolvidos, como a impossibilidade de milhões de ucranianos, tanto no país quanto no exterior, participarem do processo eleitoral.
Em relação à situação interna da Ucrânia, Zelensky enfrenta uma queda na confiança popular, com uma pesquisa de dezembro de 2024 mostrando que 39% dos ucranianos não confiam mais em sua liderança. Embora ainda tenha o apoio de 52% da população, o índice de aprovação diminuiu consideravelmente em relação ao final de 2023. Esse declínio na confiança também é refletido em outras questões, como a expectativa de resolução do conflito, com alguns analistas, incluindo assessores de Donald Trump, sugerindo que a paz pode demorar anos para ser alcançada.