Luca Casarini, fundador da ONG Mediterranea Saving Humans, tornou-se a pessoa mais proeminente a revelar que seu telefone celular foi alvo de um ataque cibernético envolvendo spyware de nível militar, fabricado pela empresa israelense Paragon Solutions. O ataque foi identificado pela WhatsApp, que informou Casarini sobre a tentativa de invasão de seu dispositivo. A denúncia ocorre em um momento em que a empresa comunicou que cerca de 90 pessoas, incluindo jornalistas e ativistas de diversas partes do mundo, provavelmente tiveram seus aparelhos comprometidos por clientes governamentais utilizando o mesmo spyware.
Casarini, conhecido por sua atuação em defesa dos direitos dos migrantes, principalmente aqueles que atravessam o Mediterrâneo em direção à Itália, não é o único alvo dessa ação, mas se destaca como uma das figuras mais conhecidas até o momento. Seu trabalho humanitário, que ajudou a salvar milhares de vidas, o colocou em uma posição de destaque, tornando sua situação ainda mais relevante no contexto das questões de privacidade e segurança digital.
Esse ataque reflete uma tendência crescente de monitoramento e espionagem direcionada a figuras públicas e membros da sociedade civil, levantando preocupações sobre a privacidade no mundo digital. A descoberta do uso de ferramentas sofisticadas para esse fim gera um debate sobre os limites éticos e legais da vigilância em tempos de crescente controle tecnológico.