O WhatsApp revelou recentemente que 90 pessoas, entre jornalistas e membros da sociedade civil, podem ter tido seus dispositivos hackeados por meio de um spyware de grau militar desenvolvido pela empresa israelense Paragon Solutions. As vítimas estariam localizadas em cerca de 24 países, sendo alvo de um cliente governamental que utilizou a tecnologia para comprometer suas comunicações e atividades.
Dentre os casos mais notáveis, destaca-se o de Luca Casarini, fundador de uma ONG italiana que atua no resgate de migrantes no Mediterrâneo. Casarini, conhecido por suas críticas à postura do governo italiano em relação aos abusos sofridos por migrantes na Líbia, teve seu telefone identificado como alvo de espionagem. Ele se tornou a figura mais visível a denunciar o ataque, após o WhatsApp informar sobre a possível invasão de seu aparelho.
A descoberta de que indivíduos engajados em causas sociais e direitos humanos podem ter sido monitorados levanta preocupações sobre a segurança digital e os limites da vigilância governamental. O caso tem atraído atenção para o uso de tecnologias de espionagem por regimes que buscam controlar a narrativa e reprimir vozes dissidentes, especialmente em contextos de ativismo político e jornalismo investigativo.