A Voepass anunciou nesta segunda-feira, 3, que entrou com uma tutela preparatória visando uma reestruturação financeira para reorganizar suas obrigações de curto prazo e sua estrutura de capital. A empresa, uma das maiores do setor aéreo brasileiro, informou que continuará operando normalmente suas rotas e vendendo passagens. A decisão foi tomada após uma série de dificuldades enfrentadas pela companhia, incluindo o impacto do acidente do voo 2283, ocorrido em agosto de 2024, e a crise do setor aéreo provocada pela pandemia de covid-19 e pela alta dos custos de operação.
A companhia explicou que, até o meio do ano passado, tinha uma malha aérea ampla e condições financeiras favoráveis para expandir suas operações. No entanto, o trágico acidente, que resultou na morte de 62 pessoas, e os efeitos da crise setorial afetaram negativamente suas finanças. A Voepass destacou que a tutela solicitada não inclui os processos de indenização relacionados ao acidente, que estão sendo geridos por uma seguradora.
Além disso, a empresa mencionou o contexto difícil da aviação comercial no Brasil, com a alta do dólar, o aumento dos custos com o combustível e a manutenção das aeronaves, além das dificuldades enfrentadas por outras grandes companhias aéreas, como Gol e Azul. A Voepass não divulgou o valor exato das dívidas que serão renegociadas, mas afirmou que dará prioridade ao pagamento de salários e benefícios aos seus colaboradores. A empresa está sendo assessorada por especialistas financeiros para enfrentar essa reestruturação.