O Ligue 180, serviço dedicado ao recebimento de denúncias de violência contra a mulher, registrou 750,7 mil atendimentos em 2024, com destaque para as 132.084 denúncias de violência. A violência psicológica foi a mais recorrente, com 101.007 casos denunciados. Além disso, a maioria das chamadas foi anônima, sendo que as mulheres buscaram informações sobre seus direitos, como guarda dos filhos e direitos relacionados ao lar. O serviço, que também oferece orientação e encaminhamentos para serviços especializados, registrou um aumento significativo nos atendimentos via WhatsApp, que cresceram 63,4% em relação ao ano anterior.
O estado de São Paulo concentrou a maior parte das denúncias, seguido por Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre as vítimas, as mulheres de 35 a 44 anos foram as mais afetadas, com predomínio de suspeitos que mantinham relações íntimas ou familiares com as vítimas. O cenário doméstico foi o mais comum, mas também houve denúncias em ambientes virtuais, indicando a expansão das formas de violência. Em resposta, o Ministério das Mulheres tem buscado melhorar o atendimento por meio de parcerias com estados, com o objetivo de qualificar as equipes envolvidas no atendimento.
O Ligue 180 também passou por uma reestruturação para aprimorar o acolhimento e a orientação das vítimas. A ONG Serenas participou do treinamento dos atendentes, focando em um atendimento humanizado que permita que a vítima se sinta ouvida e compreenda seus direitos. O serviço, considerado um ponto inicial para as mulheres em situação de violência, tem como objetivo fornecer informações e suporte para que possam tomar decisões informadas sobre como agir frente à violência que enfrentam.