A Rua Araticum, na Grande Jacarepaguá, se tornou um ponto de intenso conflito entre traficantes e milicianos, refletindo a expansão do crime organizado na região em um curto período de tempo. Anteriormente uma área tranquila, a rua agora é palco de disputas violentas, com assassinatos frequentes e uma taxa crescente de extorsão por parte dos criminosos, que cobram pelos serviços essenciais e até pelo estacionamento. A transformação dessa rua em um centro de conflito é um exemplo claro da intensificação da violência na Zona Oeste do Rio, com destaque para o aumento de homicídios em 2023, especialmente relacionados à disputa por territórios estratégicos.
Além da extorsão direta sobre a população, o tráfico na região passou a adotar práticas semelhantes às das milícias, incluindo a cobrança por serviços e a imposição de tarifas como a “Taxa de Barricada”. Essa taxa exige que comerciantes contribuam financeiramente para a construção de barricadas nas ruas, o que impede a entrada de forças policiais e de veículos não autorizados. Esses métodos de controle territorial e extorsão têm se consolidado rapidamente, gerando um aumento significativo nas receitas dos criminosos, que se apropriam até de serviços de internet, gerando ainda mais lucratividade.
A polícia segue acompanhando de perto essas ações, utilizando interceptações e investigações para compreender as dinâmicas das facções e como elas operam em Jacarepaguá. Embora o governo do estado tenha afirmado que a situação foi estabilizada em 2024, a violência e a disputa entre facções continuam a impactar a comunidade. O aumento das operações de segurança na área foi uma tentativa de conter o avanço das facções, mas a sensação de insegurança persiste, refletindo a complexidade do cenário de crime organizado na região.