O Haiti enfrenta uma situação crítica com a violência de gangues que dominam grande parte de Porto Príncipe, a capital do país. Estima-se que até 85% da cidade esteja sob controle dessas facções, que têm causado um aumento alarmante no recrutamento de crianças para grupos armados. Em 2024, o número de casos de crianças envolvidas com as gangues cresceu em 70%, e muitas delas, algumas com apenas oito anos, são forçadas a integrar esses grupos, seja por sequestro, manipulação ou pela extrema pobreza que enfrentam. A situação tornou-se uma verdadeira tragédia para a infância haitiana.
Além disso, a violência sexual contra crianças no país teve um aumento impressionante de 1.000% entre 2023 e 2024. Esse crescimento está diretamente relacionado à intensificação do controle das gangues sobre o território e à falta de uma resposta efetiva por parte das autoridades locais e internacionais. A situação tem sido descrita como um cenário de “campo de batalha” para os corpos das crianças, que se tornam vítimas de abusos inimagináveis perpetrados por grupos armados.
Para tentar conter essa crise, a missão de segurança internacional no Haiti, liderada por forças multinacionais, incluindo policiais quenianos, recebeu novos recursos financeiros, com o apoio dos Estados Unidos. No entanto, a violência generalizada e o controle das gangues sobre a maior parte do território indicam que será necessário expandir ainda mais o esforço de pacificação para tentar restaurar a segurança e proteger a população, especialmente as crianças, de novos abusos e violência.