Em 2024, o Grande Recife registrou 141 adolescentes baleados, um aumento de 37% em comparação com 2023, o maior número desde o início das medições, em 2019. O relatório do Instituto Fogo Cruzado aponta que o Recife superou outras capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, Salvador e Belém, em termos de vítimas fatais e feridas. A violência armada continua a impactar principalmente áreas periféricas e com maior vulnerabilidade social, com destaque para bairros da Zona Sul e localidades mais afastadas do centro da capital.
Apesar de uma leve queda no total de tiroteios em relação a 2023, com 1.748 registros, a letalidade continua alta. Em 97% dos casos, os disparos resultaram em mortes ou ferimentos, refletindo a gravidade da violência no estado. A maior parte dos tiroteios foi direcionada a execuções, e um número significativo de vítimas foi atingido por balas perdidas, o que agrava o quadro de insegurança para a população jovem. A ação de forças policiais também foi responsável por um número considerável de vítimas.
A pesquisa também revela que a violência no Grande Recife atinge desproporcionalmente a população negra e está concentrada em regiões com altos índices de pobreza. A ineficácia das políticas públicas e a falta de medidas eficazes para reduzir os índices de violência são apontadas como causas principais desse cenário, que segue sem solução mesmo com o lançamento do programa “Juntos Pela Segurança”, que prometia diminuir casos de homicídios e crimes violentos. A situação no Grande Recife continua a ser uma das mais críticas no Brasil.