A Vibra Energia, maior distribuidora de combustíveis do Brasil, tem enfrentado dificuldades em seu segmento de diesel devido à concorrência desleal provocada por empresas que não cumprem a obrigatoriedade de misturar 14% de biodiesel ao combustível. A situação tem impactado negativamente as margens da companhia, especialmente em um cenário em que o preço do biodiesel está mais alto que o do diesel. A fraude, identificada como uma vantagem econômica para as distribuidoras irregulares, inclui desde a omissão na mistura até a prática de adquirir “bionotas”, falsificando a presença do biocombustível. Estudo do Instituto Combustível Legal revelou que, entre novembro e dezembro, cerca de 200 milhões de litros de diesel com irregularidades foram vendidos no Paraná e São Paulo.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) tem intensificado a fiscalização, e recentemente autuou e interditou distribuidoras envolvidas em fraudes. Contudo, a escassez de fiscais e a complexidade das irregularidades dificultam o combate total ao problema. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) também tem trabalhado junto ao setor para implementar soluções, como a obrigatoriedade de as distribuidoras reportarem estoques de biodiesel e a integração de dados fiscais, o que pode ajudar a aprimorar a fiscalização.
Em meio a esses desafios, a Vibra projeta uma recuperação para o primeiro trimestre de 2025, impulsionada pela redução de custos e pela implementação de mudanças tributárias favoráveis ao etanol, que devem melhorar a rentabilidade. A empresa também espera alcançar novos recordes de EBITDA e acelerar sua desalavancagem, com foco em volume de vendas e controle de custos, em um cenário de juros elevados e economia instável.