O Vaticano tem adotado uma postura inédita de transparência em relação à saúde do Papa Francisco, que se encontra internado desde o dia 14 de fevereiro devido a uma pneumonia dupla. Em um movimento para combater informações falsas, o Papa ordenou que fossem divulgados boletins médicos diários detalhados sobre seu estado de saúde. Essas atualizações incluem informações sobre o uso de oxigênio de alto fluxo, transfusões de sangue e uma crise respiratória prolongada. A mudança contrasta com a tradicional reserva sobre a saúde papal, que por séculos foi considerada um tema tabu.
A decisão de Francisco de fornecer detalhes sobre seu tratamento médico busca evitar especulações e desinformação, especialmente após rumores sobre sua morte ou condições de saúde críticas terem circulado nas redes sociais. De acordo com médicos que tratam o pontífice, ele foi diretamente envolvido na redação das atualizações e pediu que todas as informações fossem transmitidas sem omissões. Esse esforço tem sido bem recebido por jornalistas especializados, como Greg Erlandson e John Thavis, que consideram as atualizações uma maneira eficaz de manter a confiança pública.
A iniciativa também reflete o estilo aberto do Papa Francisco, que desde o início de seu papado tem se caracterizado por uma comunicação direta e acessível. O Vaticano, no entanto, tem evitado explicar publicamente os motivos por trás da nova abordagem, embora seja claro que a preocupação com a disseminação de informações falsas tenha sido um fator importante. A medida também marca uma mudança em relação a papados anteriores, como os de João Paulo II e João XXIII, quando informações sobre suas condições de saúde foram mantidas em sigilo por longos períodos.