O pedido de recuperação judicial do Vasco foi aceito pela Justiça do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (26), permitindo que o clube busque a reestruturação financeira diante de uma dívida estimada em R$ 1,4 bilhão. O processo, que tramita na 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, visa renegociar as obrigações do clube com seus credores, oferecendo uma maior previsibilidade e atração para novos investidores. A recuperação judicial, prevista pela Lei nº 11.101/2005, oferece benefícios como a suspensão das ações em andamento e a possibilidade de alongamento das dívidas.
Com o processo aprovado, o Vasco terá seis meses para suspender as obrigações de pagamento, enquanto um administrador judicial será nomeado para organizar a lista de credores e enviar as notificações. Em até 60 dias, o clube deve apresentar um plano detalhado para a reestruturação das dívidas, que pode incluir redução de valores e parcelamentos. O plano será discutido e votado em uma Assembleia Geral de Credores, onde todas as partes envolvidas poderão sugerir alterações ou até apresentar novas propostas.
O caso do Vasco apresenta uma particularidade: além da associação civil, a recuperação judicial inclui também a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), criada após a venda do futebol para a 777 Partners. Isso implica que os passivos de ambas as entidades — o clube e a SAF — serão tratados de maneira conjunta. Se o plano for aprovado, as dívidas serão reestruturadas conforme as novas condições acordadas, com o processo de recuperação judicial podendo durar até dois anos. Caso o clube não cumpra o plano, a falência pode ser solicitada, mas esse cenário ainda não ocorreu no futebol brasileiro.