O Vasco da Gama teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça do Rio de Janeiro, abrindo caminho para reestruturar suas finanças e renegociar uma dívida que hoje soma R$ 1,4 bilhão. O processo, que tramita na 4ª Vara Empresarial, permite ao clube suspender obrigações de pagamento por até seis meses, enquanto um administrador judicial é nomeado para supervisionar as negociações com credores. A medida visa criar um ambiente de previsibilidade financeira, fundamental para atrair novos investimentos.
O mecanismo de recuperação judicial, previsto pela Lei nº 11.101 de 2005, não concede perdão das dívidas, mas possibilita uma reestruturação organizada, com a suspensão de ações e prazos alongados para o pagamento. O clube, ao lado de sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol), incluirá ambas as entidades no processo de recuperação, com um único plano a ser apresentado e discutido em assembleia de credores. O sucesso do processo dependerá da colaboração dos credores e da capacidade do clube de implementar um plano viável para superar a crise financeira.
Além disso, o Vasco enfrenta desafios devido à falta de aportes financeiros da 777 Partners e aos custos do Regime Centralizado de Execuções. Caso o clube não consiga cumprir o plano de recuperação, os credores poderão solicitar a falência, o que resultaria na venda dos bens da SAF e no fim das atividades do clube, situação inédita para um time de futebol no Brasil. O processo tem o apoio da consultoria Alvarez & Marsal, que ajudou outros clubes, como Cruzeiro e Coritiba, a superar crises financeiras.