A Vale (VALE3) não exporta minério de ferro para os Estados Unidos, que é autossuficiente na produção dessa matéria-prima, mas reconhece que pode ser afetada pelos efeitos secundários das tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump. A semana passada, Trump assinou decretos que aumentam em 25% as tarifas sobre alumínio e aço, o que pode gerar um impacto indireto na demanda global. O CEO da mineradora, Gustavo Pimenta, mencionou que o impacto seria mais sentido no mercado de aço, devido à possível redução das exportações da China, principal comprador da Vale.
Apesar disso, Pimenta acredita que a China responderia com estímulos para fortalecer a demanda interna e compensar a queda nas exportações. Ele destacou que o país tem demonstrado capacidade de ajustar suas políticas econômicas para sustentar o crescimento, mencionando que em 2024 a economia chinesa cresceu 5% e a produção de aço foi superior a 1 bilhão de toneladas. A expectativa para 2025 é de manutenção da produção forte, com volume levemente superior ao do ano passado.
Além disso, o CEO da Vale afirmou que o mercado chinês já passou a depender menos do setor imobiliário e mais da manufatura e infraestrutura, criando um equilíbrio de demanda que favorece a empresa. Outros mercados, como o Sudeste Asiático, também continuam a se expandir, com destaque para Índia e outros países, o que contribui para o equilíbrio da demanda global para os próximos anos.