Um ano após o início da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a adesão à vacina tem ficado aquém das expectativas. De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, foram distribuídas mais de 6,3 milhões de doses, mas apenas 3,2 milhões foram efetivamente aplicadas em crianças e adolescentes, faixa etária considerada prioritária pela estratégia de imunização. O imunizante Qdenga, fabricado pela Takeda, é direcionado a esse público, com foco em regiões endêmicas e áreas com alta transmissão da doença, principalmente para municípios de grande porte.
Apesar do esforço para disponibilizar a vacina em diversas cidades, a procura pelo imunizante tem sido limitada. O Ministério da Saúde optou por priorizar a distribuição em regiões mais afetadas pela dengue, com base em critérios como histórico de alta transmissão e infecções recentes. Em 2024, o país enfrentou sua pior epidemia de dengue, com mais de 6,6 milhões de casos prováveis e um alto número de mortes. A vacina Qdenga, aprovada pela Anvisa em março de 2023, tem sua distribuição limitada pela capacidade de fornecimento da fabricante, que suspendeu contratos com estados e municípios, concentrando os esforços na rede pública.
Em resposta à baixa adesão e ao aumento da transmissão de arboviroses, o Ministério da Saúde anunciou ações para intensificar o controle do Aedes aegypti, transmissor da dengue. Embora a vacinação não seja a principal estratégia devido à limitação de doses, o governo brasileiro reforçou o monitoramento e adotou medidas preventivas, incluindo o lançamento do Plano de Ação para Redução da Dengue e outras arboviroses. Em janeiro de 2025, o país já registrava casos adicionais e a instalação de um Centro de Operações de Emergência em Saúde para fortalecer a vigilância no combate à doença.