O uso de suplementos alimentares como shakes de proteína e creatina, comumente consumidos por jovens que buscam aumentar a massa muscular, tem sido associado a sintomas de dismorfia muscular, um transtorno de imagem corporal. De acordo com uma pesquisa recente, o uso de múltiplos suplementos para ganho de peso e massa muscular está relacionado a um aumento no tempo gasto na academia e uma obsessão com a alimentação. O estudo, realizado com 2.731 participantes de 16 a 30 anos, também identificou que o uso desses produtos pode agravar os sintomas, especialmente em indivíduos que já enfrentam dificuldades emocionais e sociais devido à sua aparência.
A dismorfia muscular é caracterizada pela preocupação excessiva com a imagem corporal, levando os indivíduos a se focarem em ter um corpo mais magro e musculoso. Pessoas com esse transtorno podem se isolar socialmente e recorrer ao uso de substâncias, como esteroides e outros suplementos, na tentativa de alcançar o físico ideal. Mesmo que esses indivíduos atinjam o corpo desejado, a dismorfia não é resolvida, causando sofrimento contínuo. Além disso, o uso de suplementos para construção muscular pode servir como porta de entrada para o uso de esteroides, que apresentam riscos à saúde.
O estudo alerta para os perigos da normalização do uso de suplementos, que muitas vezes não são regulamentados e podem conter substâncias prejudiciais. O impacto das mídias sociais, com a disseminação de padrões corporais idealizados por influenciadores, é outro fator que intensifica o desejo de atingir um corpo perfeito, especialmente entre os jovens. O tratamento para a dismorfia muscular pode envolver terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicamentos para tratar transtornos relacionados à ansiedade e obsessão. Familiares, profissionais de saúde e treinadores esportivos têm um papel crucial em ajudar a identificar e lidar com esse distúrbio.