O governo da Itália enfrenta pressão crescente após a revelação de que um padre ligado ao resgate de migrantes foi alvo de um software de vigilância sofisticado, utilizado por governos para monitoramento. O caso veio à tona após outras pessoas envolvidas em atividades humanitárias relatarem incidentes semelhantes. A denúncia levanta preocupações sobre o uso de tecnologia de espionagem contra indivíduos que atuam em operações de resgate no Mediterrâneo.
O padre, que mantém contato próximo com o Papa Francisco e trabalha como capelão em uma embarcação de resgate de uma ONG, recebeu a notificação de que seu dispositivo foi comprometido por um spyware de nível militar. Essa informação reforça suspeitas de que ferramentas avançadas de vigilância estão sendo empregadas contra defensores de direitos humanos e profissionais engajados na assistência a migrantes. Anteriormente, um dos fundadores da organização responsável pela embarcação já havia denunciado um ataque semelhante.
A revelação do caso intensifica questionamentos sobre a atuação do governo em relação à proteção de indivíduos que trabalham com causas humanitárias e ao uso de ferramentas de monitoramento. Especialistas e organizações de direitos humanos pedem esclarecimentos e transparência quanto ao possível envolvimento de autoridades nesse tipo de vigilância. O episódio amplia o debate sobre os limites da segurança nacional e a necessidade de salvaguardar os direitos de quem atua na proteção de populações vulneráveis.