Um estudo recente realizado pela Microsoft em parceria com a Universidade Carnegie Mellon revela que o uso excessivo de inteligência artificial (IA) no ambiente de trabalho pode prejudicar o pensamento crítico dos seres humanos. Ao delegar tarefas cognitivas para a IA, os trabalhadores acabam perdendo oportunidades diárias de exercitar seu julgamento, o que pode resultar na diminuição das capacidades cognitivas e na falta de preparo para situações que exigem decisões mais complexas. Os pesquisadores analisaram o impacto do uso de ferramentas como DALL-E e ChatGPT em diversas profissões, como educação, saúde e finanças, e observaram que a confiança nas respostas da IA geralmente diminui a percepção dos usuários sobre o uso de seu próprio raciocínio crítico.
A pesquisa também aponta que, ao confiar plenamente na IA, os usuários tendem a se engajar menos na análise crítica das respostas fornecidas, o que é especialmente evidente em tarefas rotineiras de baixo risco. Por outro lado, quando as pessoas duvidam das respostas da IA, tendem a se engajar mais na revisão e aprimoramento das informações geradas. Esse fenômeno sugere que a dependência excessiva das ferramentas de IA pode comprometer a capacidade de resolução de problemas de forma independente e criativa, levantando preocupações sobre o impacto a longo prazo dessa tecnologia no raciocínio humano.
Apesar dessas preocupações, os pesquisadores destacam que a história da humanidade é marcada pela transferência de tarefas cognitivas para tecnologias, e ferramentas como a IA generativa podem, na verdade, promover o desenvolvimento de habilidades críticas, se usadas de maneira adequada. Eles sugerem que as ferramentas de IA poderiam incorporar recursos que incentivem o aprendizado e a análise crítica, como explicações sobre o raciocínio da IA ou sugestões de refinamento. Assim, se bem utilizadas, as tecnologias poderiam se tornar aliadas no desenvolvimento das capacidades cognitivas humanas, em vez de causar sua atrofia.