O Brasil, o país mais populoso da América do Sul, continua a enfrentar desafios estruturais que dificultam o crescimento econômico, especialmente no que diz respeito à atração de investimentos estrangeiros. Durante décadas, o país foi visto como uma promessa de grande potencial, mas a realidade tem sido marcada por uma burocracia excessiva e um sistema tributário complexo que dificultam a expansão de empresas. Recentemente, a Uniqlo, gigante japonesa da moda, anunciou que desistiu de expandir sua operação para a América do Sul, após avaliar o ambiente tributário brasileiro. Essa decisão reflete um problema mais amplo: a dificuldade de muitos negócios em prosperar em um cenário com altos custos e obstáculos administrativos.
O “custo Brasil” é um termo utilizado para descrever as dificuldades estruturais e econômicas que impactam diretamente o ambiente de negócios no país. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2023, o custo de produção no Brasil foi estimado em R$ 1,7 trilhão por ano, superior à média de países da OCDE. Esse custo inclui fatores como a carga tributária elevada, burocracia, infraestrutura deficiente, e a instabilidade jurídica e regulatória. Tais condições dificultam a criação de novos empreendimentos e limitam o crescimento das empresas existentes, afetando negativamente a geração de empregos e a inovação no país.
Embora iniciativas como a Reforma Trabalhista e a proposta de Reforma Tributária busquem mitigar alguns desses problemas, os resultados ainda são insuficientes para transformar o cenário atual. O impacto do “custo Brasil” não se reflete apenas no ambiente corporativo, mas também na vida dos cidadãos, com preços mais altos e menos oportunidades de emprego. A persistência de um sistema ineficiente e burocrático ameaça a evolução do país, que, sem reformas estruturais adequadas, continuará a enfrentar uma economia fragilizada e desigual.