A União Europeia (UE) apresentou um conjunto de propostas para simplificar sua estrutura regulatória e estimular a competitividade das empresas, diante da crescente concorrência com os Estados Unidos e a China. Entre as medidas, destaca-se o adiamento de um ano das obrigações que exigem que as empresas evitem danos ambientais ou violações de direitos humanos em suas cadeias de produção, além de uma revisão das regras de publicação de dados de sustentabilidade, o que tem sido criticado pela alta carga administrativa que impõe às empresas.
O comissário europeu para Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, afirmou que as propostas buscam simplificar as regras sem comprometer os objetivos ambientais da União. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, desde 2019, colocou a luta contra as mudanças climáticas como uma prioridade, mas o cenário atual de estagnação econômica e tensões com os EUA tem pressionado o bloco a revisar suas abordagens. A comissária para a Transição Limpa, Teresa Ribera, destacou que as propostas não impactam as metas de sustentabilidade da União Europeia, que inclui alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Embora a UE busque garantir o desenvolvimento sustentável, a ONG ClientEarth criticou a reforma, alegando que ela penalizaria empresas que já estão investindo na adaptação às legislações ambientais. No entanto, a UE reafirma seu compromisso com a luta contra as mudanças climáticas, e no contexto da indústria limpa, apresenta uma estratégia que inclui incentivos para investimentos em energia verde e apoio à descarbonização da indústria europeia. A União também aposta na criação de uma rede de compras de matérias-primas essenciais para a tecnologia limpa, com foco no princípio Made in Europe.