A chegada de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos gerou novas expectativas sobre a relação dos EUA com a Ucrânia, especialmente em relação à exploração de seus recursos naturais. Trump expressou o desejo de negociar um acordo com a Ucrânia, oferecendo garantias sobre suas terras raras, minerais essenciais para a indústria eletrônica. Essas riquezas minerais, incluindo ferro, manganês, urânio, titânio e lítio, são fundamentais para a produção de componentes como os utilizados em smartphones e outras tecnologias avançadas. O governo ucraniano também vê esses recursos como uma peça-chave para seu crescimento econômico, com muitas dessas matérias-primas localizadas em áreas de conflito, como Donetsk e Luhansk.
A exploração de terras raras representa cerca de metade do PIB da Ucrânia e é um setor vital para suas exportações. A mineração dessas riquezas continua a ocorrer mesmo em meio aos combates, dada a importância econômica das regiões para o país. Além disso, os Estados Unidos têm um grande interesse estratégico nesses materiais, uma vez que dependem em grande parte da China para seu fornecimento. O controle das reservas ucranianas permitiria uma redução dessa dependência e seria vantajoso para outros países ocidentais, como os da União Europeia, que também buscam diversificar suas fontes.
O domínio da China sobre a exploração e refino de terras raras gerou preocupações no Ocidente, que busca alternativas para não depender exclusivamente de Pequim. A China possui a maior parte das reservas globais e tem investido pesadamente em tecnologias de refino e patentes na área. Em resposta, países como os EUA e membros da União Europeia estão aumentando seus esforços para garantir o acesso a esses recursos de forma independente, como evidenciado pela crise do fornecimento de 2010 com o Japão e os alertas emitidos durante as tensões comerciais entre os EUA e a China.