A proposta do presidente Donald Trump para que os Estados Unidos assumam o controle da Faixa de Gaza, expulsem seus residentes palestinos e transformem a região em um destino turístico do Oriente Médio gerou grande repercussão internacional. No entanto, Trump não é o primeiro presidente americano a propor uma visão para o futuro de Gaza. Em 1998, o presidente Bill Clinton visitou a região com um otimismo raro, após a assinatura do Acordo de Wye, que previa a criação de um aeroporto internacional em Gaza e a promessa de paz entre israelenses e palestinos. Durante sua visita, Clinton destacou a importância de integrar a região ao mundo, tanto através do turismo quanto do comércio, e expressou esperanças de um futuro próspero para o povo palestino.
Entretanto, a esperança logo deu lugar à realidade, já que o Acordo de Wye desmoronou em pouco tempo e a tentativa de Clinton de mediar um acordo de paz definitivo fracassou durante os últimos dias de seu governo. O colapso da paz foi seguido pela eclosão da segunda intifada em 2001 e pela tomada de poder do grupo Hamas em Gaza em 2007, o que intensificou o conflito. Desde então, Israel tem se esforçado para deter os ataques originados da região, culminando no conflito de outubro de 2023, quando uma ofensiva falhou em conter o grupo extremista.
Embora o autor do texto apoie a ideia de Israel garantir sua segurança ao enfraquecer o Hamas, ele também ressalta que a paz de longo prazo entre israelenses e palestinos não deve ser descartada. O presidente Trump errou ao sugerir que Gaza poderia prosperar sem seus habitantes palestinos. A visão de uma convivência pacífica entre as duas populações continua sendo a única alternativa viável, e é essencial que haja um esforço para construir um futuro no qual ambos os lados se sintam parte de um processo que traga paz e estabilidade duradouras.