O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma ordem executiva no dia 7 de fevereiro suspendendo a assistência à África do Sul, em resposta à recente aprovação de uma lei no país que permite a expropriação de terras de proprietários. Trump e sua administração alegam que a medida discrimina a minoria branca sul-africana, uma vez que a lei visa corrigir as injustiças do apartheid, um período de segregação racial que afetou principalmente a população negra. A Casa Branca justificou a suspensão da ajuda como uma reação ao apoio da África do Sul a “atores malignos no cenário mundial” e aos ataques a fazendeiros brancos.
A lei sul-africana que motivou a reação de Trump concede ao governo o poder de tomar terras não utilizadas, como parte de um esforço para corrigir os desequilíbrios históricos de propriedade gerados durante o apartheid. O governo de Cyril Ramaphosa, atual presidente da África do Sul, defende que a reforma agrária é uma necessidade moral e econômica para reverter as injustiças históricas, já que, em 2017, uma auditoria revelou que a minoria branca controlava a maior parte das terras agrícolas do país. Esse processo de redistribuição é visto por Trump e aliados como um ataque à minoria branca.
A decisão de Trump também faz parte de sua política externa de “América Primeiro”, que visa reduzir o envolvimento dos Estados Unidos em assuntos internacionais. Além disso, o governo dos EUA destacou o apoio da África do Sul à acusação de genocídio contra Israel na Corte Internacional de Justiça, intensificando as tensões diplomáticas. A suspensão da ajuda ocorre em um contexto de divisões raciais acentuadas, especialmente devido às questões relacionadas à África do Sul e às recentes crises em Gaza e na Ucrânia.