O discurso de Trump sobre a necessidade de deslocar os palestinos de Gaza remete a um dos episódios mais sombrios da história, evocando a limpeza étnica, um conceito que a ordem internacional pós-Segunda Guerra procurou evitar. A proposta de expulsão de mais de dois milhões de palestinos de Gaza seria uma violação dos princípios fundamentais que sustentam as relações internacionais, como o respeito à integridade territorial e a busca por soluções pacíficas em disputas. Tal ação levanta questões sobre os limites do poder do mais forte e o direito de um povo à sua terra.
Embora a questão de Gaza envolva uma complexa situação territorial e humanitária, a proposta de Trump não se limita a um desafio logístico, mas à quebra de um princípio crucial da diplomacia internacional: a busca por negociações e acordos entre as partes envolvidas. A ideia de transferir a soberania de Gaza para os Estados Unidos também se alinha com outras ações recentes, como a tentativa de tomar controle de territórios como o Panamá e a Groenlândia, o que reflete uma postura expansionista preocupante.
A sugestão de Trump de expulsar os palestinos de Gaza não foi adotada nem pelo governo israelense, que, embora dependa de apoio de setores radicais, não formulou tal proposta. A falta de uma solução pacífica e acordada para o status de Jerusalém e os territórios ocupados desde 1967 reforça a necessidade de um processo de negociação sério e baseado em princípios de justiça e respeito. A ideia de Trump, por mais radical que seja, sublinha o risco de se apoiar em soluções autoritárias e prejudiciais ao processo de paz na região.