O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no sábado (1º) a aplicação de tarifas de importação sobre produtos do Canadá, México e China, mas decidiu adiar as taxações sobre seus vizinhos norte-americanos após conversas com seus respectivos líderes. No caso da China, Trump planeja mais discussões nas próximas 24 horas. Durante sua campanha, o republicano havia prometido uma política comercial rigorosa, incluindo tarifas de 100% sobre países do Brics, como o Brasil, caso esses adotem o plano de substituir o dólar nas transações internacionais.
Especialistas apontam que o Brasil pode aproveitar a situação de duas maneiras: primeiro, ao substituir as exportações dos EUA para países como a China, que pode passar a comprar produtos do Brasil; e, segundo, ao preencher a lacuna deixada por outros países que deixaram de vender para os EUA. Em relação à política externa, o Brasil pode se posicionar como um parceiro comercial amigável, especialmente com a crescente tendência de outros países se distanciar da globalização. O país poderia emergir como uma opção estratégica à medida que a cadeia de suprimentos global passa por reconfigurações.
No campo financeiro, a política tarifária de Trump pode gerar incertezas nos Estados Unidos, o que pode redirecionar investimentos para mercados emergentes, como o Brasil. Além disso, o Brasil pode se beneficiar por não ter sido diretamente afetado por essas primeiras taxações. Especialistas sugerem que o agronegócio brasileiro tem grande potencial de crescimento, especialmente se buscar desenvolver uma cadeia de valor agregado para seus produtos.