Em janeiro de 2025, Donald Trump retornou à presidência dos Estados Unidos e adotou uma política agressiva de tarifas comerciais, visando principalmente parceiros históricos como México, Canadá e China. As tarifas, que chegaram a 25% sobre as importações do México e Canadá e 10% sobre as da China, geraram tensões internacionais, mas também levaram a concessões e mudanças temporárias nas políticas de comércio com esses países. Trump utiliza essas medidas como forma de pressionar parceiros, afastando-se de práticas multilateralistas e reforçando um modelo bilateral de negociações. O impacto dessa estratégia pode enfraquecer ainda mais as instituições multilaterais, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que buscam garantir um comércio global equilibrado.
O multilateralismo, conceito que envolve a cooperação entre vários países em negociações internacionais, tem perdido força desde 2016, com eventos como o Brexit e a eleição de Trump, que questionaram a eficácia e o futuro dessas instituições. A criação da ONU e da OMC após a Segunda Guerra Mundial simbolizou um esforço de integração mundial, mas o enfraquecimento da liderança dos Estados Unidos nesses fóruns e a crescente adesão de países como China e Rússia a alternativas unilaterais indicam uma mudança de direção nas relações internacionais. Essa transformação afeta diretamente o funcionamento de organismos como a ONU e a OMS, que enfrentam dificuldades diante de crises globais como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza.
No Brasil, a política de tarifas adotada por Trump representa uma ameaça para o comércio exterior, especialmente devido à participação do país nos Brics. O presidente dos Estados Unidos tem pressionado os países do bloco a reconsiderarem suas estratégias econômicas, como a tentativa de reduzir a dependência do dólar. Isso gera incertezas no mercado internacional, fazendo com que nações busquem alternativas para diminuir sua dependência do comércio com os Estados Unidos, como parcerias mais fortes com a Europa e a China. Esse cenário cria um ambiente de instabilidade econômica e desafios para países em desenvolvimento.
