Durante o primeiro mandato de Donald Trump, a guerra comercial com a China proporcionou ao Brasil a oportunidade de aumentar suas exportações para o país asiático. Atualmente, a implementação de tarifas sobre produtos chineses, que entrou em vigor parcialmente, afetou principalmente o México e o Canadá, mas o Brasil, até o momento, não está na mira das taxas. Embora o país não tenha um acordo de livre comércio com os Estados Unidos e apresente um déficit na balança comercial com esse mercado, há análises que indicam que o Brasil pode explorar esse cenário para expandir suas exportações, especialmente nas áreas de petróleo, ferro e aço, e veículos automotores.
No entanto, a guerra tarifária não impacta apenas os países diretamente envolvidos. Os economistas preveem que o protecionismo impulsionado por Trump pode ter efeitos negativos para a economia global a médio e longo prazo, com inflação crescente e aumento dos juros nos Estados Unidos, o que afetaria a demanda por bens importados e a competitividade das exportações americanas. Além disso, uma possível reação em cadeia de tarifas pode desencadear uma guerra comercial global, prejudicando a estabilidade das economias.
Embora existam algumas janelas de oportunidade para o Brasil, como a possível substituição de exportações de México e Canadá para os Estados Unidos, o economista Livio Ribeiro adverte que as complexas cadeias produtivas podem limitar esse potencial. O Brasil, no entanto, pode aumentar suas vendas para mercados como a China, que continua sendo o maior parceiro comercial do país, além de explorar o comércio com o México e o Canadá, dependendo da evolução das tarifas impostas por Trump e da dinâmica das retaliações internacionais.