Durante sua campanha presidencial, Donald Trump prometeu adotar uma política econômica voltada para a proteção da produção interna dos Estados Unidos, com foco em barreiras comerciais contra produtos estrangeiros. Após sua eleição, implementou uma série de tarifas, incluindo a taxação de 25% sobre importações de aço e alumínio, e anunciou que novas taxas poderiam ser aplicadas a produtos como carros, semicondutores, medicamentos e madeira. A medida mais recente inclui a imposição de tarifas sobre automóveis a partir de abril, além de considerar a taxação de produtos farmacêuticos e chips importados.
A política tarifária de Trump é guiada pela ideia de promover um comércio recíproco, em que os EUA aplicariam tarifas a países que impõem barreiras comerciais a seus produtos. O presidente já indicou que países como Brasil, Índia, União Europeia e China seriam os principais afetados, destacando as discrepâncias nas tarifas aplicadas por essas nações sobre produtos norte-americanos. Trump também apontou que o Brasil impõe tarifas mais altas sobre o etanol, enquanto a Índia e a União Europeia fazem o mesmo com produtos agrícolas e automóveis.
Além de criar fricções comerciais, a estratégia tarifária de Trump serve como ferramenta de negociação para reforçar interesses econômicos e diplomáticos dos EUA. Ele utilizou a imposição de tarifas como pressão para obter compromissos de países vizinhos, como México e Canadá, e respondeu com tarifas contra a China após a imposição de taxas recíprocas. O impacto dessas medidas foi significativo, com tensões comerciais aumentando, especialmente entre os membros do BRICS, que têm buscado maior independência econômica do dólar americano.