O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que designou formalmente oito grupos criminosos latino-americanos como organizações terroristas estrangeiras. A lista inclui seis cartéis mexicanos, além de grupos de outros países, como a gangue venezuelana Tren de Aragua e a salvadorenha MS-13. Essa medida visa intensificar a repressão aos cartéis nos Estados Unidos e aumentar a pressão sobre os aliados regionais, especialmente o México. Logo após o anúncio, Elon Musk, assessor especial da presidência dos EUA, sugeriu, em uma postagem, que esses grupos poderiam ser alvo de ataques com drones.
A designação como “organização terrorista” permite que os EUA adotem medidas mais rígidas contra os cartéis, como congelamento de ativos e restrições a viagens. Além disso, a decisão pode facilitar ações judiciais contra aqueles que tenham qualquer tipo de ligação com esses grupos. No entanto, a medida gerou controvérsias, com críticos apontando que isso pode afetar empresas e bancos da América Latina, que enfrentariam riscos legais ao realizar transações com entidades potencialmente vinculadas aos cartéis.
O governo mexicano reagiu de forma negativa, afirmando que não aceitará ações extraterritoriais em seu território. A presidente do México, Claudia Sheinbaum, reiterou que, embora o governo mexicano não aceite violação da soberania nacional, está disposto a colaborar em investigações conjuntas relacionadas ao combate ao crime organizado. A medida também levanta preocupações sobre possíveis implicações para imigrantes que tentam cruzar a fronteira dos EUA, que podem ser considerados cúmplices de terrorismo devido ao envolvimento com os cartéis.