Donald Trump completou um mês como presidente dos Estados Unidos, período marcado por uma série de decisões políticas e econômicas controversas. O republicano adotou medidas como a imposição de tarifas comerciais, a retirada dos EUA de organismos internacionais, como a OMS, e declarou intenções de controlar a Faixa de Gaza. Além disso, Trump endureceu sua postura em relação à Ucrânia, criticando seu presidente e sugerindo que o país poderia perder sua independência caso não firmasse um acordo rápido.
No segundo mandato, Trump segue priorizando a política “America First”, focando em fortalecer os interesses dos EUA em diversas áreas, como economia e política externa. No entanto, o professor de Ciência Política Carlos Gustavo Poggio aponta que o atual cenário geopolítico global não permite a reprodução das práticas que Trump busca. Para Poggio, o ex-presidente tenta reviver um modelo de grandes potências que vigorava antes da Segunda Guerra Mundial, mas que não se encaixa nas dinâmicas contemporâneas.
Poggio destaca que o mundo atual é mais complexo, com maior número de atores e uma nova configuração de poder, especialmente com o papel crescente da China. A visão de Trump, de que pequenas potências devem se submeter à vontade das grandes, é incompatível com a realidade atual, onde novos atores internacionais têm influência decisiva nos rumos globais. Para o especialista, as tentativas de Trump de reconstruir um cenário do século 19 não são viáveis no contexto do século 21.