Nos primeiros dias de seu mandato, a administração de Donald Trump adotou uma série de medidas que afetam o acesso ao aborto e à saúde reprodutiva, tanto dentro dos Estados Unidos quanto internacionalmente. Entre as ações mais significativas estão o perdão a manifestantes antiaborto condenados por violar a Lei de Acesso à Clínica (FACE) e a decisão de reduzir a punição a essas violações. Além disso, Trump revogou ordens executivas do governo anterior que ampliavam o acesso à saúde reprodutiva, como a que reconhecia o aborto como parte da saúde pública. Essa série de ações indica que a administração está promovendo uma agenda mais restritiva em relação ao aborto.
No cenário internacional, a administração Trump tomou decisões que afetaram negativamente a saúde reprodutiva global, como a suspensão de ajuda financeira para programas de planejamento familiar e saúde sexual, afetando milhões de mulheres que dependem dessa assistência para evitar gravidez indesejada e riscos à saúde. Outra medida foi a reinstauração da chamada “Regra Global da Gag”, que impede que organizações que recebem ajuda dos EUA discutam ou promovam cuidados abortivos. Esses movimentos tiveram um impacto substancial, especialmente em países com sistemas de saúde mais vulneráveis, onde o fornecimento de contraceptivos e serviços de saúde sexual foi interrompido.
Especialistas alertam que a administração de Trump pode continuar a avançar com restrições ao acesso ao aborto e outros serviços reprodutivos, incluindo possíveis ações contra o medicamento mifepristona, utilizado para abortos medicamentosos. Além disso, a nomeação de juízes conservadores pode ter um impacto duradouro nas leis de aborto nos EUA. Apesar da imprevisibilidade das futuras decisões, os defensores dos direitos reprodutivos permanecem em alerta, temendo que a falta de proteções constitucionais, após a revogação de Roe v. Wade, permita um retrocesso no acesso ao aborto, particularmente nos estados onde ele ainda é legal.