Towana Looney é a primeira pessoa a sobreviver por dois meses com um rim de porco transplantado, oferecendo novas perspectivas para pacientes que aguardam por um transplante renal. A cirurgia, realizada em novembro de 2024 pelo NYU Langone Transplant Institute, marca um avanço no campo dos xenotransplantes, que envolvem o uso de órgãos de animais geneticamente modificados para compatibilidade com o corpo humano. Towana, que há anos lutava contra insuficiência renal, está saudável e sem sinais de rejeição do órgão, o que aumenta as esperanças de que esse tipo de transplante possa ser uma solução para a escassez de órgãos humanos.
O caso de Towana é inédito, pois outros pacientes que receberam um rim de porco não sobreviveram por mais de dois meses após a cirurgia. A equipe médica acredita que o sucesso de Towana está relacionado à sua boa saúde prévia e à falta de complicações graves antes do transplante. Os médicos continuam otimistas, embora o futuro do transplante de órgãos de animais ainda seja incerto, já que essa técnica não é amplamente aplicada e permanece sob rigorosos controles.
No Brasil, mais de 40 mil pessoas aguardam por um transplante de rim, tornando-o o órgão com a maior fila de espera no país. Apesar de ser um dos líderes em transplantes renais no mundo, a falta de doadores continua a ser um obstáculo significativo. Recentemente, o Brasil adotou medidas para facilitar a doação de órgãos, como a declaração de doador, mas a decisão final ainda depende da família, o que contribui para a manutenção dessa fila extensa.