Em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou sua invasão à Ucrânia, Victoria Amelina era uma escritora conhecida e fundadora de um festival literário na cidade de Nova Iorque, na região de Donetsk. A guerra, porém, mudou radicalmente o curso de sua vida. Preocupada com o impacto do conflito, ela questionava o papel da ficção neste novo contexto. Sentindo-se chamada a agir, Amelina dedicou-se a trabalhos humanitários, como o auxílio na evacuação de civis e animais de estimação e a busca por medicamentos essenciais. Além disso, ela se envolveu como pesquisadora de crimes de guerra em colaboração com uma ONG ucraniana.
Seu engajamento com a guerra também a levou a idealizar um projeto literário único, no qual pretendia reunir relatos de mulheres que, assim como ela, estavam na linha de frente, documentando os horrores do conflito. O projeto combinaria entrevistas, diários, relatos de missões de campo, história da Ucrânia e poesia, visando não só registrar os crimes cometidos, mas também contribuir para a construção de uma paz duradoura. Ela se dedicou ao livro durante um ano, enquanto continuava suas outras atividades de apoio à população.
No entanto, em 27 de junho de 2023, Amelina foi vítima de um ataque aéreo russo em Kramatorsk, Donetsk, quando estava em uma pizzaria. O ataque resultou em várias vítimas e, apesar dos esforços médicos, a escritora faleceu poucos dias depois. Sua morte, embora trágica, elevou seu nome como símbolo de coragem e resistência durante um dos momentos mais sombrios da história recente da Ucrânia.