O Dia de Iemanjá, celebrado em 2 de fevereiro, é um evento significativo nas religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, e também entre aqueles que, mesmo sem seguir essas crenças, prestam homenagens à orixá. Iemanjá, considerada a rainha do mar e mãe de todos os orixás, é reverenciada por sua conexão com as águas, simbolizando a força, o equilíbrio e a purificação. Além disso, é comum que os fiéis ofereçam presentes e pulem sete ondas no mar como forma de agradecimento e de celebração da divindade. A celebração ocorre em várias regiões, com destaque para o Rio de Janeiro, onde milhares de pessoas participam de procissões e cerimônias como parte das festividades.
A história de Iemanjá tem raízes profundas nas tradições africanas, especialmente no povo egbá, da nação iorubá. Originalmente associada aos rios, a deusa se tornou mais vinculada ao mar após a diáspora africana e a escravização dos povos, com a migração para o Brasil. A figura de Iemanjá, embora variada em diferentes culturas, permanece uma representação maternal poderosa, tanto no contexto religioso quanto no simbólico. Em algumas versões, Iemanjá também é associada a figuras como Nossa Senhora e mitos indígenas, o que contribui para a sua universalidade.
Em uma das celebrações mais tradicionais do Rio de Janeiro, a Associação Afoxé Filhos de Gandhi realiza uma procissão que inclui a entrega de oferendas a Iemanjá nas águas da Baía de Guanabara. A festa, que já acontece há mais de 40 anos, representa um momento de conexão com a ancestralidade e de preservação da cultura afro-brasileira. Para muitos, como Márcia Glória Lima, a relação com Iemanjá é transmitida de geração em geração, sendo uma figura central em suas vidas religiosas e culturais.