A crescente tensão política em torno da Previ, o maior fundo de pensão do Brasil, pode impactar a imagem de outros fundos de pensão ligados ao governo, como Petros e Funcef, de acordo com especialistas. Embora a gestão desses fundos não deva ser diretamente afetada a médio e longo prazo, a maior fiscalização e escrutínio público são esperados, especialmente com a investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre possíveis irregularidades na gestão da Previ. A apuração do rombo de R$ 14 bilhões no Plano 1 da Previ gerou discussões sobre a capacidade técnica da gestão e sobre a influência política nas nomeações para cargos de direção no fundo.
Especialistas apontam que, embora a gestão dos fundos de pensão deva ser essencialmente técnica, o envolvimento político nas decisões sobre alocação de recursos pode aumentar a politização do tema. A oposição no Congresso Nacional já iniciou movimentos para investigar a situação, incluindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o que poderia aumentar a visibilidade e os debates políticos em torno do caso. Contudo, especialistas alertam que, apesar da pressão política, as consequências mais significativas dependerão da análise técnica e das conclusões do TCU, que são as que devem nortear as ações legais e administrativas.
Além do impacto técnico, há um cenário político em que a oposição tenta vincular a gestão da Previ ao governo, aumentando a percepção de que as nomeações para a direção do fundo têm motivações políticas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi convocado para prestar esclarecimentos sobre o caso, mas o governo argumenta que a gestão da Previ é independente da administração direta. Assim, a situação continua a se desenrolar em meio a uma crescente pressão pública e política, com implicações para a governança dos fundos de pensão no Brasil.