O filme de Tim Fehlbaum recria, com grande intensidade, os acontecimentos da crise de reféns nos Jogos Olímpicos de Munique, ocorrida em 5 de setembro de 1972, a partir de uma abordagem realista. O longa-metragem combina imagens de arquivo reais da cobertura feita pela ABC, com cenas dramáticas que retratam o pânico nos bastidores da equipe de jornalistas, que se viu diante de uma situação inesperada e de grande risco. O filme, utilizando câmeras na mão e uma direção ágil, transporta o espectador para dentro da tensão vivida pelos repórteres e pela equipe que cobria os Jogos Olímpicos.
A história foca na cobertura jornalística de um dos maiores e mais trágicos eventos do século XX, mas também expõe as limitações e as dificuldades enfrentadas pelos profissionais da mídia ao se depararem com uma crise dessa magnitude. Ao contrário de outras abordagens cinematográficas, como a de Steven Spielberg em “Munique” (2005), o filme de Fehlbaum se destaca pela sua construção mais enxuta e pela atenção minuciosa aos detalhes, criando uma atmosfera de sufocamento e desespero, que faz o público sentir o clima de incerteza e tensão vivido pelos envolvidos na crise.
Com uma narrativa direta e tensa, o longa-metragem oferece uma visão mais crua e realista da cobertura de um evento traumático, sem a grandiosidade excessiva de outras produções. A obra se destaca por seu foco no lado humano e emocional dos jornalistas, que estavam à mercê de uma situação inesperada e sem precedentes, enquanto o mundo assistia atônito aos desdobramentos da tragédia.