O Telegram se destacou entre julho e dezembro de 2024 como a plataforma com o maior número de denúncias de pornografia infantil, segundo a ONG SaferNet. A plataforma, que hospeda diversos grupos e canais com uma ampla gama de temas, também serve de espaço para criminosos que burlam a moderação, compartilhando conteúdos ilícitos. Mesmo em grupos que não contêm material explícito, há relatos de usuários que acabam sendo expostos, muitas vezes acidentalmente, a anúncios de pornografia infantil, geralmente camuflados com códigos ou mensagens que dificultam a detecção.
Além de utilizar termos como “pervertido”, “perv” e “CP”, os criminosos tentam esconder seus conteúdos em conversas privadas ou por meio de brechas na moderação dos grupos. A prática de vender ou trocar material ilegal ocorre com frequência, e os moderadores, embora proíbam tais práticas, enfrentam dificuldades para conter a disseminação desses conteúdos. Embora haja bots para ajudar na identificação de materiais ilícitos, o processo de remoção desses conteúdos ainda enfrenta desafios, permitindo que permaneçam em circulação por algum tempo.
Outro problema identificado são os grupos relacionados a práticas de incesto, que, apesar de afirmar que conteúdos envolvendo menores são proibidos, frequentemente falham em impedir que usuários compartilhem material ilegal. Moderadores frequentemente solicitam notificações sobre conteúdos inadequados para garantir que, após uma denúncia, o material seja removido e os responsáveis sejam banidos. Entretanto, a moderação, por mais vigilante que seja, não consegue evitar completamente a circulação de conteúdos prejudiciais dentro da plataforma.