A recente conversa telefônica entre os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia gerou surpresas na Ucrânia e entre seus aliados europeus, ao anunciar a possibilidade de negociações de paz para encerrar o conflito em curso. Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, destacou a importância de seu país ser incluído nas discussões. As conversas se concentrariam em temas como a recuperação de territórios ocupados, segurança nacional e a adesão da Ucrânia à Otan, mas o cenário ainda é incerto, com posições divergentes sobre as condições de um possível acordo.
A Ucrânia, que perdeu grande parte de seu território desde 2014 devido à anexação da Crimeia e à guerra no leste, mantém a exigência de que todas as áreas ocupadas sejam devolvidas, incluindo a Crimeia. Entretanto, a Rússia insiste na anexação de territórios adicionais e nas condições de reconhecimento das suas regiões ocupadas. A discordância sobre a troca de territórios também foi levantada, mas rapidamente descartada pelo Kremlin, que se mantém inflexível quanto à soberania sobre as regiões conquistadas.
Em relação à segurança da Ucrânia, a adesão à Otan sempre foi vista como uma forma de proteção, mas as perspectivas de que isso aconteça no curto prazo são incertas. A liderança ucraniana busca alternativas, incluindo garantias de segurança por parte dos EUA e da União Europeia. Caso a adesão à Otan não seja viável, opções como uma força internacional de paz poderiam ser consideradas, mas a proposta de enviar tropas americanas à Ucrânia permanece em discussão, dependendo da evolução das negociações com a Rússia.