O procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, defendeu o uso da tecnologia de reconhecimento facial do programa Smart Sampa nos blocos de carnaval da capital, enfatizando que a ferramenta pode aumentar a segurança nos eventos de grande público. A Prefeitura de São Paulo pretende utilizar o sistema pela primeira vez durante o carnaval, apesar da oposição da Defensoria Pública, que recomendou a exclusão da tecnologia para evitar potenciais abusos. Para o procurador, a utilização dessa tecnologia ajudaria a combater crimes como furtos e roubos, e destacou que o sistema foi aprimorado, com protocolos claros de armazenamento de imagens e verificação de dados.
De acordo com o procurador, as preocupações iniciais sobre a eficácia do reconhecimento facial em pessoas negras, levantadas quando o programa foi lançado em 2023, foram esclarecidas e superadas. Ele explicou que a tecnologia utiliza dados biométricos, como características faciais específicas, e que a compatibilidade das imagens é de mais de 95%, o que permite uma identificação precisa. Não foram registradas falhas ou inconsistências nos dados até o momento, e o uso do programa já foi implementado com sucesso em outros eventos, como jogos de futebol.
Embora o procurador tenha minimizado os riscos de perfilamento racial, reconheceu que, como qualquer tecnologia, o sistema nunca pode ser 100% garantido. Ele afirmou que, no caso de uma abordagem, outros métodos de verificação de identidade são utilizados para confirmar a identificação da pessoa. A implementação do sistema também conta com um protocolo que visa proteger a privacidade, dado que o reconhecimento não depende da cor da pele, mas sim de características faciais específicas. O procurador concluiu que, ao aumentar a segurança no carnaval, a tecnologia pode desencorajar criminosos e proteger a população durante a festividade.