Em 2024, entrou em vigor a taxação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, com o objetivo de equilibrar a competitividade entre os varejistas nacionais e os produtos importados. A medida, que gerou polêmica principalmente no setor de vestuário, resultou em uma queda significativa nas importações de produtos abaixo de US$ 50, com uma redução de mais de 40% no primeiro mês após a aplicação da taxa. Esse impacto foi seguido por uma recuperação parcial, mas as importações continuaram 30% abaixo dos níveis anteriores à introdução da taxação.
A reação das plataformas de e-commerce foi uma intensificação da nacionalização de seus portfólios. Empresas como Shein e Shopee aumentaram a participação de produtos vendidos por vendedores brasileiros, com a Shein prevendo que, até 2026, 85% de suas vendas no Brasil sejam de produtos locais. Esse movimento também gerou um crescimento nas vendas do varejo tradicional, com destaque para o setor de vestuário, que registrou um aumento de 6% no terceiro trimestre de 2024.
Além disso, a arrecadação do governo federal com a taxação aumentou significativamente. Em 2024, a Receita Federal obteve R$ 2,8 bilhões com impostos sobre remessas internacionais, um crescimento de mais de 40% em relação ao ano anterior. No entanto, especialistas alertam que a carga tributária dos produtos importados ainda é inferior à dos produtos nacionais, o que pode prejudicar a competitividade das empresas locais no longo prazo.