De acordo com os dados mais recentes da PNAD do IBGE, a taxa de desemprego no Brasil aumentou para 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, um pequeno aumento em relação aos 6,2% registrados no trimestre anterior. Este aumento pode ser explicado tanto por fatores sazonais, como o fim das contratações temporárias de fim de ano, quanto por elementos mais estruturais, como o impacto da elevação da taxa de juros e da inflação no ritmo da economia. Contudo, o mercado formal de trabalho apresentou um resultado positivo, com a criação de 137 mil novas vagas em janeiro, conforme dados do CAGED.
Apesar do crescimento da taxa de desemprego, o mercado de trabalho brasileiro deve continuar aquecido, mesmo diante da elevação da taxa Selic. Isso ocorre porque o governo tem adotado medidas de estímulo, como a flexibilização do FGTS, a liberação de crédito e o aumento de gastos públicos, estratégias que buscam reduzir os impactos da desaceleração econômica. A expectativa é que essas ações ajudem a sustentar a geração de empregos.
No entanto, essas políticas podem ter efeitos colaterais. O aumento dos gastos públicos e a liberação de crédito podem, em última instância, intensificar a inflação e diminuir o poder de compra da população. Esse cenário também pode gerar uma queda na popularidade do governo, caso os benefícios não sejam suficientes para compensar o impacto inflacionário. Assim, o desafio será equilibrar o estímulo à economia com os riscos de uma inflação elevada.