Na Coreia do Sul, a prática de tatuagem é considerada ilegal para profissionais não médicos, após uma decisão da Suprema Corte de 1992 que classificou o procedimento como uma atividade médica. Essa situação tem gerado insegurança e vulnerabilidade para tatuadores, como Narr, que compartilham experiências de assédio e dificuldades legais em um ambiente onde o estigma sobre tatuagens é forte. A maioria dos tatuadores no país, apesar de não possuir formação médica, segue trabalhando, mas enfrenta o risco constante de ser processada ou multada. Além disso, a sociedade sul-coreana mantém uma visão negativa sobre tatuagens, especialmente em mulheres, associando-as a estigmas de comportamento e moralidade.
Nos últimos anos, houve um movimento crescente para mudar a legislação, com propostas de leis que permitiriam que profissionais não médicos realizassem tatuagens de forma legal e regulamentada. Embora alguns partidos políticos apoiem essas mudanças, a Associação Médica Coreana se opõe fortemente, destacando os riscos à saúde envolvidos no procedimento. Enquanto isso, a popularidade das tatuagens aumenta, com um número significativo de sul-coreanos, principalmente jovens, adotando a tatuagem como forma de autoexpressão. Contudo, as mudanças legais ainda são lentas, deixando tatuadores como Narr em uma situação instável, sem proteção legal adequada.
Diante da falta de suporte, muitos tatuadores buscam oportunidades no exterior, onde encontram mais liberdade e reconhecimento. Tatuadores como Gong Greem, que já trabalharam fora da Coreia, destacam a diferença de ambiente, mais favorável à liberdade artística. No entanto, para muitos, a esperança de uma reforma legislativa permanece, com a expectativa de que a mudança na lei possa trazer não só mais segurança para os profissionais, mas também uma alteração nas percepções sociais sobre as tatuagens e seus portadores.