O diretor-executivo da Eurasia Group para as Américas, Christopher Garman, alertou que o Brasil pode se tornar o próximo alvo de um novo pacote de tarifas comerciais imposto pelo governo de Donald Trump. A declaração surge após a recente imposição de tarifas de 25% sobre o Canadá e o México, e de 10% sobre a China, contrariando as expectativas de uma postura mais amena em relação aos parceiros comerciais dos Estados Unidos. O anúncio gerou preocupação sobre o impacto no cenário econômico global, especialmente para economias emergentes, como o Brasil, que enfrentam desafios nas vésperas das eleições de 2026.
Embora o México tenha conseguido um adiamento de um mês na implementação das tarifas, após prometer reforçar a segurança na fronteira com os EUA, a adoção de uma política comercial agressiva por parte de Trump aumenta a incerteza sobre o futuro econômico global. Caso o cenário adverso se concretize, os países emergentes, como o Brasil, podem ser fortemente impactados. Garman destacou que o desenrolar dessas tarifas nos próximos meses será determinante, já que se as tarifas sobre o Canadá e o México se mantiverem, Trump poderá enfrentar resistência interna, o que reduziria a probabilidade de um novo pacote de tarifas envolvendo o Brasil.
Por outro lado, se o impasse com a China for resolvido rapidamente, o Brasil poderá ser incluído nas próximas rodadas de tarifas. Essa situação não afeta apenas as relações bilaterais entre os EUA e o Brasil, mas também pode influenciar a economia brasileira, especialmente considerando o momento pré-eleitoral. O cenário de tensões comerciais continua a ser uma variável importante nas análises sobre o futuro da economia global e as perspectivas políticas no Brasil.