Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group para as Américas, acredita que é improvável que o governo de Donald Trump revogue a tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio do Brasil. O país, que é o segundo maior fornecedor desses produtos para os Estados Unidos, nunca teve uma participação tão relevante no mercado. Garman aponta dois fatores principais para a manutenção dessa medida: o uso mais agressivo de tarifas por Trump e o deterioramento das relações bilaterais entre os dois países, que inclui disputas políticas internas no Brasil e a proximidade com a China.
Além disso, a relação conturbada entre os Estados Unidos e o Brasil, marcada pela crescente aproximação do Brasil com a China, é vista como um ponto de tensão. Esse cenário torna difícil para o governo americano fazer concessões ao Brasil, mesmo com as possíveis reclamações de consumidores e produtores norte-americanos devido ao aumento nos preços de aço e alumínio. A posição de Trump sobre as tarifas parece estar mais firme, com a expectativa de que novas tarifas possam ser impostas a outros setores, especialmente em países com tarifas mais altas sobre produtos americanos.
Garman também observa que, ao contrário do Brasil, o México e o Canadá podem ter mais chances de conseguir concessões nas negociações comerciais com os Estados Unidos, principalmente no contexto de uma revisão do acordo de livre comércio entre os três países. O cenário indica que o Brasil se encontra em uma posição delicada nas negociações comerciais com os Estados Unidos, o que dificulta uma possível reavaliação das tarifas.