No dia 31 de janeiro, a World Relief, uma organização evangélica que auxilia na realocação de refugiados, recebeu uma ordem do Departamento de Estado dos Estados Unidos para interromper todas as atividades relacionadas ao contrato com o Bureau de População, Refugiados e Migração. A decisão gerou confusão, pois naquele mesmo dia um grupo de afegãos, que haviam trabalhado ao lado de americanos durante o conflito no Afeganistão, chegava ao aeroporto de Sacramento, e a World Relief tinha sido contratada para atendê-los. A organização decidiu manter seu compromisso e continuar com o atendimento, mas enfrentava incertezas quanto ao futuro do financiamento para cobrir despesas essenciais, como o aluguel de refugiados, uma vez que os fundos federais foram suspensos.
A partir da posse da nova administração, uma série de cortes e congelamentos de verbas atingiram diversos programas de ajuda externa, incluindo a USAID, responsável por bilhões em financiamento para ajuda humanitária. Organizações cristãs de grande porte, como World Vision, International Justice Mission e Samaritan’s Purse, também foram afetadas, com a suspensão de financiamentos a programas fora da área de emergência alimentar e de saúde. Algumas dessas instituições, no entanto, decidiram continuar suas operações com recursos próprios, enquanto aguardam esclarecimentos sobre as exceções à ordem de suspensão.
A situação gerou um dilema moral e logístico para as organizações que atuam em países em desenvolvimento. Muitos trabalhadores cristãos que dedicam suas carreiras à assistência humanitária, como Anne Linn, que combatia a malária em diversos países africanos, foram dispensados devido à paralisação de programas financiados pelo governo dos EUA. A crise se aprofunda com a iminente chegada da temporada de chuvas e o risco de doenças como a malária, em um cenário onde as redes de proteção e outros materiais essenciais estão retidos. As organizações envolvidas clamam por uma revisão das políticas, argumentando que a ajuda internacional deve ser uma prioridade, especialmente para os mais vulneráveis.