O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a denúncia de corrupção envolvendo três deputados de um partido político seja levada a julgamento. A acusação, apresentada pela Procuradoria-Geral da República, envolve o pedido de propina superior a 1 milhão de reais em troca da liberação de emendas parlamentares, com o valor total ultrapassando 6 milhões de reais. O julgamento, que está sob responsabilidade do ministro Alexandre de Moraes, poderá definir se os parlamentares se tornarão réus ou se a denúncia será rejeitada.
A situação gerou divisões internas no partido dos acusados. O ex-presidente da República tem pressionado pela expulsão dos envolvidos, mas a liderança do partido resiste, alegando que as investigações são de natureza política e que não cabe ao partido atuar como tribunal. Além disso, o presidente da legenda, que tem o poder de decidir sobre sanções, defende que não se deve tomar decisões precipitadas antes de uma condenação formal.
Entre os casos mais emblemáticos, destaca-se o de um dos deputados investigados, flagrado pela Polícia Federal durante uma ação controlada em 2021, ao entregar uma quantia significativa em dinheiro. Mesmo com o registro de gravação, a liderança partidária minimiza o episódio, tratando-o como uma armadilha política. Outro fator relevante na decisão interna do partido é o peso eleitoral do deputado envolvido, que, junto com sua esposa, obteve expressiva vitória nas eleições municipais de 2024, elegendo um grande número de prefeitos para a legenda.